Segundo o Relatório Anual de Atividades do SLU, o índice de aproveitamento dos resíduos também aumentou consideravelmente: de 37% em 2020 para 55% em 2024. Esse desempenho tem reflexos diretos no meio ambiente e na vida de mais de 1.300 catadores, organizados em 31 cooperativas que atuam em 15 centros de triagem espalhados pelo DF.
Novos contratos e mais inclusão
Para estimular ainda mais a reciclagem, o SLU remodelou os contratos de triagem, adotando um modelo de remuneração por produtividade. Com isso, materiais recicláveis de menor valor de mercado também passaram a ser aproveitados. A ampliação dos contratos permitiu o aumento no número de cooperativas, de 20 para 31, e ampliou a cobertura da coleta seletiva porta a porta, inclusive em áreas surgidas após a licitação original, como novos condomínios verticais.
“O novo modelo valoriza todo tipo de material seco e incentiva os catadores a reciclarem o máximo possível”, explica Francisco Mendes, chefe da Unidade de Sustentabilidade e Mobilização Social do SLU. Ele destaca que, quando materiais com potencial reciclável são descartados como lixo comum, perdem valor e dificultam o trabalho dos catadores.
Combustível derivado de resíduos: nova alternativa
Uma das soluções em desenvolvimento é a produção de Combustível Derivado de Resíduos Urbanos (CDRU). Segundo Mendes, resíduos secos sem valor comercial — como sacolas plásticas e sacos de lixo — poderão ser transformados em combustível utilizado por cimenteiras, como as da Fercal. Esse processo garante aproveitamento contínuo ao longo do ano, independentemente das flutuações do mercado.
Redução no uso de aterros e economia para o Estado
Além dos resíduos secos, o SLU também recicla resíduos orgânicos. Entre 2020 e 2024, a produção de compostos orgânicos saltou de 62 mil para 85 mil toneladas, que são destinados a pequenos produtores rurais.
A colaboração da população é essencial
A separação correta do lixo, feita ainda nas residências, é uma das etapas mais importantes do processo. Para os catadores, a qualidade do material interfere diretamente na renda. “Quando os resíduos chegam misturados, com material orgânico, a triagem fica mais difícil e os equipamentos são sobrecarregados”, relata Mara Maria de Jesus, presidente da cooperativa Plasferro.
Leiliane Cardoso, tesoureira da mesma cooperativa, reforça: “Se todas as pessoas separassem corretamente os materiais, nos ajudaria muito. Muitas famílias dependem exclusivamente da renda gerada pela catação.”
A orientação é simples: separar resíduos secos (papel, plástico, vidro e metais) dos orgânicos, e sempre limpar embalagens antes do descarte. Além disso, é importante acompanhar os dias e horários da coleta seletiva, que são diferentes dos da coleta convencional. Para isso, o aplicativo SLU Coleta DF está disponível e ajuda o cidadão a localizar os pontos de coleta e acompanhar, em tempo real, os caminhões responsáveis pelo serviço.
Fonte: Agência Brasília
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