Volvo FH traz tecnologias que leem a estrada: entenda como funcionam

Volvo Trucks/Divulgação

A tecnologia embarcada nos caminhões evoluiu significativamente nos últimos anos, impactando diretamente a forma de condução, o consumo de combustível e a segurança nas estradas. Um bom exemplo são os dois tipos de piloto automático oferecidos pela Volvo Caminhões: o adaptativo e o preditivo, também conhecido como I-See.

Ambos vêm de série nos modelos da linha F, mas ainda geram dúvidas entre os motoristas, como explica Júlio Lodetti, engenheiro de vendas da Volvo Caminhões:

“O nome parecido costuma causar confusão. Percebemos isso até mesmo nos treinamentos com os clientes. Por isso, usamos exemplos práticos para esclarecer.”


🚛 Piloto automático adaptativo: foco no tráfego

Presente desde o fim dos anos 2000 na linha Volvo, o piloto automático adaptativo é uma evolução do cruise control tradicional. Ele mantém a velocidade programada, mas ajusta automaticamente o ritmo do caminhão conforme o tráfego à frente — reduzindo se um veículo estiver mais lento e retomando a velocidade assim que a pista for liberada.

Além disso, o motorista pode escolher a distância mínima em relação ao veículo da frente, com base no tempo de resposta de frenagem — algo essencial quando se transporta cargas pesadas.

“O sistema freia tanto o cavalo quanto a carreta, garantindo mais equilíbrio e segurança”, destaca Lodetti.

Mesmo quando o piloto automático está desligado, o freio de emergência automático (AEB) permanece ativo, podendo intervir sozinho caso detecte risco iminente de colisão.


🧠 Piloto automático preditivo (I-See): leitura da estrada em tempo real

O I-See vai além do tráfego: ele prevê o terreno à frente com base em dados de topografia, acessados em tempo real via nuvem. Isso inclui subidas, descidas, curvas e rotatórias. Com essas informações, o sistema ajusta a condução para aproveitar a inércia e economizar combustível.

O motorista ativa o I-See diretamente no painel, após ligar o cruise control. A tecnologia então analisa o percurso e aplica uma lógica de velocidade variável: se a velocidade programada for 80 km/h, o sistema pode operar entre 60 e 90 km/h, sempre priorizando a eficiência energética e a segurança.


🛣️ Quando usar cada sistema?

A dúvida sobre qual piloto automático usar é comum, mesmo entre motoristas experientes. Lodetti explica:

“Use o adaptativo em rodovias com tráfego intenso, pista simples ou quando estiver cansado — ele é um reforço na segurança. Já o I-See é mais indicado para estradas com tráfego fluido e relevo variado, pois foca na economia de combustível.”

O preditivo também pode ser usado em aplicações como mineração ou transporte de cana-de-açúcar, inclusive em modelos como o Volvo FMX. No entanto, para que o sistema funcione bem, é necessário que o caminhão esteja conectado e o motorista devidamente treinado.


🎓 Treinamento: essencial para o bom uso da tecnologia

Com a chegada da norma Euro 6 e os avanços da eletrônica embarcada, o papel do motorista também evoluiu. A Volvo Academy oferece treinamentos específicos, nos quais os profissionais aprendem a explorar o máximo dos sistemas.

“Rodamos junto com os motoristas e mostramos como o I-See atua na prática — controle de aceleração, roda livre, troca de marchas, subidas. Depois, eles tentam repetir isso manualmente. É uma verdadeira escola dentro da cabine.”


🚀 O futuro: inteligência total embarcada

O próximo passo é a integração total entre veículo, nuvem, sensores, condições de tráfego e até densidade de trânsito. O objetivo? Fazer com que o caminhão tome decisões de forma autônoma, sempre buscando o equilíbrio ideal entre segurança e eficiência.

Contudo, ainda existem desafios, como infraestrutura de rede. Em regiões sem sinal, o I-See entra em modo buffer e passa a operar como um piloto automático convencional.

“Mas um bom motorista consegue até ‘imitar’ o I-See em áreas de sombra”, diz Lodetti.


🤝 Homem e máquina em harmonia

Para Lodetti, a tecnologia já atingiu um nível em que imita perfeitamente a condução humana.

“Se você olhar de fora, não dá para saber se quem está dirigindo é o motorista ou o sistema. É isso que buscamos: um caminhão cada vez mais inteligente, mas que evolui junto com o condutor.”

Fonte: Estadão 

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