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Waldemir Barreto/Agência Senado |
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) continua revelando detalhes de um vasto esquema de desvios que afetou milhões de aposentados e pensionistas em todo o país. O presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que o trabalho da comissão tem alcançado resultados expressivos e reforçou o compromisso com a transparência e a responsabilização dos envolvidos.
“Apesar das tentativas de obstrução, conseguimos expor em detalhes o funcionamento da fraude. O saldo é muito positivo, porque agora os brasileiros sabem exatamente o que aconteceu na Previdência”, destacou Viana.
As apurações indicam a existência de descontos indevidos em benefícios previdenciários feitos por associações e sindicatos, frequentemente sem autorização dos segurados. Uma das entidades sob investigação é a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (CONAFER), suspeita de movimentar R$ 285 milhões em transferências para empresas envolvidas no esquema.
Os trabalhos da CPMI já resultaram em prisões e no bloqueio de bens dos principais suspeitos. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 390 milhões pertencentes a um sindicato, valor referente a descontos irregulares, além da apreensão de veículos de luxo, motocicletas e relógios avaliados em mais de R$ 1 milhão.
Viana lamentou que algumas testemunhas e investigados tenham recorrido a habeas corpus para permanecer em silêncio durante os depoimentos, mas garantiu que a comissão continuará atuando com rigor.
“Ninguém será poupado na CPMI. Nosso compromisso é não blindar nem perseguir ninguém, mas convocar todos os que tiveram responsabilidade para prestar esclarecimentos”, afirmou o senador.
Próximos passos
Entre as próximas ações, a CPMI deve votar requerimentos de quebra de sigilo bancário, fiscal e telemático de diversas pessoas, incluindo o ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi. Também pode ser convocado a depor José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (SINDNAPI), entidade investigada por descontos irregulares.
De acordo com Carlos Viana, a comissão busca garantir total clareza dos fatos e assegurar que todos os responsáveis sejam punidos. Os trabalhos da CPMI devem ser concluídos até março de 2026, com o objetivo de propor medidas que impeçam a repetição de fraudes no sistema previdenciário brasileiro.
Fonte: Jovem Pan
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