Divulgação / Agência Brasília |
O Distrito Federal se prepara para participar da COP 30, em Belém (PA), como uma das referências nacionais em políticas ambientais. A capital brasileira chega ao maior evento climático do planeta com resultados expressivos: redução de 95% no desmatamento do Cerrado em 2024, queda de 66,9% nas áreas queimadas e uma matriz energética cada vez mais limpa e baseada em fontes renováveis.
A presença do DF na conferência reflete o amadurecimento de uma política ambiental sólida, que une inovação tecnológica, engajamento social e compromisso real com a descarbonização. Em um momento em que os olhos do mundo se voltam para o Brasil, o Distrito Federal demonstra que é possível avançar na agenda verde sem abrir mão do desenvolvimento econômico.
“Estamos provando que é possível reduzir drasticamente o desmatamento, investir em energia limpa e modernizar a gestão ambiental com inteligência e tecnologia”,— Celina Leão, vice-governadora do DF
Cerrado sob proteção
O principal indicador desse avanço está na preservação do Cerrado, bioma essencial para o equilíbrio climático do país. De acordo com o MapBiomas, o desmatamento no DF caiu de 638 hectares para apenas 31 hectares em 2024 — a maior redução entre todas as unidades da federação.
O resultado é fruto do Sistema Distrital de Informações Ambientais (Sisdia), ferramenta que integra alertas de desmatamento, imagens de satélite e dados geoespaciais em tempo real. Com 74 indicadores ambientais e mais de 144 mil acessos apenas em 2024, o sistema se tornou a base da gestão territorial do DF, permitindo ações rápidas e eficazes de fiscalização.
“O Sisdia nos dá olhos sobre todo o território e capacidade de resposta imediata”, explica Gutemberg Gomes, secretário do Meio Ambiente. “Aliamos tecnologia, equipes treinadas e brigadas fortalecidas — e o resultado é uma conquista histórica.”
Incêndios sob controle e carbono preservado
O Programa de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Ppcif) é outro pilar dessa transformação. Entre 2022 e 2024, o programa reduziu em 66,9% as áreas queimadas, resultado direto da ampliação do número de brigadistas e da adoção de novas tecnologias.
O projeto Sem Fogo, que utiliza inteligência artificial para detectar e monitorar focos de incêndio, tem sido fundamental para respostas rápidas e preventivas — preservando estoques de carbono e reduzindo emissões.
Energia limpa e economia de carbono
A transição energética também ganha destaque. A primeira usina pública de geração fotovoltaica do DF, inaugurada em Águas Claras, já abastece 80 prédios públicos, entre eles dez escolas, com investimento de R$ 4,1 milhões.
Novos projetos — incluindo o Supremo Tribunal Federal, o Aeroporto de Brasília e 400 escolas públicas — devem adicionar mais de 16 MWp de capacidade solar ao sistema.
Atualmente, 60% das vias públicas do DF já contam com iluminação LED, o que gera economia anual de 44.760 MWh e evita a emissão de 2,4 mil toneladas de CO₂. No Metrô-DF, as estações Guariroba e Samambaia Sul já operam com 100% de energia solar.
Conexão ecológica e economia circular
Preservar também é restaurar. Criado em 2023, o programa Dia de Plantar já promoveu o plantio de 30 mil mudas nativas do Cerrado em parceria com a sociedade civil. Para 2025, o foco será a recuperação de 100 hectares na Bacia do Melchior e a reforma de bacias hidrográficas, fortalecendo a segurança hídrica do DF.
Uma portaria conjunta entre a Sema-DF e o Instituto Brasília Ambiental também avança na criação de corredores ecológicos, conectando fragmentos de vegetação e garantindo a circulação de fauna e flora — um passo decisivo para a conservação da biodiversidade.
A economia circular é outro destaque. O Complexo Integrado de Reciclagem (CIR) recebeu 9,8 mil toneladas de resíduos em 2024, movimentando R$ 57,4 milhões e envolvendo 35 cooperativas. A capital ainda ampliou a logística reversa, com 170 pontos de entrega voluntária (PEVs) e coleta domiciliar de eletroeletrônicos.
A Lei de Compostagem Orgânica e o novo módulo do Sisdia para resíduos reforçam a transformação do lixo em oportunidade — com redução de emissões e fortalecimento do trabalho das cooperativas.
Compromisso global
Integrante do Consórcio Brasil Central, o DF levará à COP 30 a mensagem de que o Cerrado é tão vital quanto a Amazônia para o equilíbrio climático global. O bioma é o “berço das águas” do Brasil, essencial para o abastecimento hídrico e a preservação da biodiversidade.
“A COP 30 é a oportunidade de mostrar que o Brasil está fazendo sua lição de casa”, resume Celina Leão. “O Distrito Federal é prova disso: estamos reduzindo emissões, protegendo a biodiversidade e investindo em energia limpa. O Cerrado merece estar no centro da pauta climática — e o DF vai garantir que ele seja ouvido.”
Fonte: Agência Brasília
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