GDF amplia rede de acolhimento a vítimas de violência e ultrapassa 25 mil atendimentos em 2025

Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

“Cheguei aqui vulnerável, sem apoio e sem saber o que fazer. Hoje, posso dizer que encontrei uma nova vida — uma rede de apoio que me deu forças para recomeçar.” O relato é de Joana, mãe solo de cinco filhos, que viveu cinco anos em um relacionamento abusivo, sendo mantida em cárcere privado por mais de dois deles.

Há seis meses, Joana buscou atendimento no Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam), da Secretaria da Mulher do Distrito Federal (SMDF). Desde então, participa do grupo psicossocial Virando a Página, que ocorre de forma on-line às quartas-feiras, com cerca de 30 participantes sob condução de um psicólogo. Às quintas, ela também frequenta cursos de artesanato no Ceam, aprendendo fuxico, tapeçaria, crochê e bordado.

Além do suporte psicológico e social, Joana recebe o Bolsa Família e o auxílio aluguel social — benefício temporário de R$ 600 mensais voltado a mulheres que precisam deixar o lar para garantir sua segurança.


Rede em expansão

Casos como o de Joana refletem o fortalecimento da rede de atendimento no DF. Desde 2023, a Secretaria da Mulher ampliou de 14 para 31 unidades de acolhimento, hoje presentes em todas as regiões administrativas. Os espaços oferecem escuta qualificada, orientação jurídica, apoio psicossocial e encaminhamento à rede de proteção.

A Casa da Mulher Brasileira e a Casa Abrigo continuam como referências, enquanto os novos centros de referência, núcleos especializados e unidades móveis ampliam o alcance dos serviços.

“A missão da Secretaria da Mulher é prevenir e informar. Quando a violência acontece, enfrentamos; mas nosso objetivo é evitar que ela ocorra. Por isso, levamos campanhas e ampliamos nossos espaços públicos. Este ano, inauguramos quatro novos Centros de Referência da Mulher Brasileira para fortalecer essa rede”, destaca a secretária da Mulher, Giselle Ferreira.

Nos seis primeiros meses de 2025, as unidades já registraram 24.983 atendimentos psicossociais e 11.226 mulheres acolhidas, segundo o Observatório de Violência contra a Mulher e Feminicídio.

A expansão foi impulsionada pelo aumento de 743% no orçamento da pasta entre 2020 e 2024 — de R$ 10,3 milhões para R$ 86,9 milhões.

“Quem cuida de uma mulher, cuida de uma família e de uma geração. Este é um governo amigo da mulher”, reforça a secretária.

A vice-governadora Celina Leão acrescenta:

“Com investimento contínuo e uma rede cada vez mais estruturada, mostramos o compromisso do GDF em garantir proteção e autonomia às mulheres. Nosso foco é um atendimento rápido, humanizado e transformador, capaz de mudar vidas e construir um DF mais justo para todas.”


Responsabilização e reeducação

A rede também atua na reeducação de homens autores de violência, promovendo encontros reflexivos que buscam romper ciclos de agressão.

João, um dos participantes, relata:

“No começo, cheguei fechado, achando que estava certo. Com o tempo, percebi que precisava mudar. Aprendi a dialogar, a ter paciência e consegui reconstruir o convívio com minha família.”

Segundo ele, o programa oferece uma oportunidade de transformação:

“Quando uma mulher é agredida, o silêncio protege o agressor — mas o agressor também precisa se libertar do próprio comportamento. Esse espaço me deu coragem para mudar.”


Canais de denúncia

Mulheres em situação de violência podem buscar ajuda pelos seguintes canais:

  • 197 – Polícia Civil

  • 190 – Polícia Militar

  • 156, opção 6 – Central 156 do GDF

  • 180 – Central de Atendimento à Mulher

  • Maria da Penha Online

Fonte: Agência Brasília

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