Mercado eleva projeção do PIB e reduz expectativa de inflação, mostra Boletim Focus

Marcello Casal JrAgência Brasil

Relatório divulgado nesta segunda-feira (8) pelo Banco Central revela um cenário mais otimista para a economia brasileira em 2025. Pela quarta semana consecutiva, analistas do mercado financeiro revisaram para cima a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), agora projetada em 2,25% — o maior patamar registrado neste ano. Ao mesmo tempo, a previsão para a inflação foi reduzida para 4,40%.

A revisão ocorre após a divulgação dos dados do IBGE, na última quinta-feira (4), que apontaram crescimento de 0,1% da economia no terceiro trimestre. Embora o resultado tenha ficado um pouco abaixo da expectativa do mercado (0,2%), ele confirmou a manutenção do ritmo econômico, após altas de 0,3% no segundo trimestre e de 1,5% no primeiro. Segundo analistas, a taxa de juros elevada, atualmente em 15% ao ano, segue sendo um dos principais fatores responsáveis pela desaceleração da atividade.

O relatório também indicou nova queda na projeção do IPCA para 2025, que recuou de 4,43% para 4,40%, permanecendo abaixo do teto da meta contínua do Banco Central, de 4,5%. Para 2026, a previsão passou para 4,16%. Já as estimativas para 2027 (3,80%) e 2028 (3,50%) foram mantidas.

Ao longo do ano, o mercado vem ajustando as projeções de inflação para baixo, refletindo um ambiente mais favorável para os preços, mesmo após o índice de 2024 ter encerrado acima do intervalo permitido pelo regime de metas. Caso as previsões se confirmem, a meta não será estourada em 2025.

Juros permanecem elevados

A expectativa para a taxa Selic ao final de 2025 segue em 15%, patamar mantido pela 24ª semana consecutiva. Para 2026, houve leve alta na projeção, de 12% para 12,25%. Já as estimativas para 2027 e 2028 continuam em 10,50% e 9,50%, respectivamente.

O Comitê de Política Monetária (Copom) tem reiterado que pretende manter os juros em nível restritivo por um período prolongado, com o objetivo de garantir a convergência da inflação para a meta. O colegiado também não descarta novas elevações, se necessário.

Perspectivas de crescimento

Além da melhora na projeção para 2025, o mercado também revisou, ainda que de forma moderada, as estimativas para os anos seguintes. A expectativa de crescimento passou para 1,80% em 2026 (ante 1,78%), 1,84% em 2027 e foi mantida em 2,0% em 2028, pela 91ª semana seguida.

Já o Banco Central reduziu sua projeção para o crescimento de 2024, de 2,1% para 2,0%, citando incertezas relacionadas às tarifas de importação dos Estados Unidos e sinais de moderação da atividade econômica. Parte desse impacto, segundo a autoridade monetária, vem sendo compensada por perspectivas melhores para os setores agropecuário e extrativo.

Dólar e contas externas

As projeções para o câmbio permaneceram estáveis, com o dólar estimado em R$ 5,40 em 2025 e R$ 5,50 em 2026, 2027 e 2028.

No comércio exterior, o superávit da balança comercial para 2025 foi levemente revisado para baixo, passando de US$ 62,9 bilhões para US$ 62,1 bilhões. Para 2026, a projeção subiu de US$ 65,7 bilhões para US$ 66 bilhões.

A entrada de investimento estrangeiro direto também teve ajuste positivo, com expectativa de US$ 75 bilhões em 2025 e US$ 72,2 bilhões em 2026.

Fonte: Jovem Pan

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