O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) negou nesta quarta-feira (4) ter sofrido qualquer influência do ex-presidente Jair Bolsonaro ao prestar depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF). Mourão foi ouvido como testemunha de defesa no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe em 2022.
Segundo o senador, Bolsonaro entrou em contato dias antes da audiência apenas para perguntar se ele aceitaria depor e se estaria disponível na data marcada. De acordo com Mourão, isso ocorreu porque o ministro Alexandre de Moraes decidiu que as testemunhas não seriam intimadas diretamente pela Corte, deixando a responsabilidade da convocação a cargo da defesa.
“Concordei com o pedido do ex-presidente e aproveitei para perguntar sobre sua recuperação, já que ele havia passado por uma cirurgia recente”, afirmou Mourão em nota. “Nada de irregular ou ilegal ocorreu.”
STF apura possível interferência
A manifestação de Mourão veio após o ministro Alexandre de Moraes acatar um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar possível interferência no depoimento. A solicitação foi baseada em uma representação feita pelo deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ).
Apesar da apuração em curso, Mourão foi categórico ao afirmar que agiu com total independência.
“Em nenhum momento fui pressionado, ameaçado ou recebi qualquer tipo de sugestão para alterar meu depoimento”, declarou. “Falei a verdade em cada palavra e reitero isso integralmente.”
Durante o depoimento, o senador afirmou que não participou de qualquer reunião com teor golpista e negou que houvesse intenção de ruptura institucional por parte do então presidente durante o período investigado.
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