Faltando apenas sete dias para o fim do prazo estabelecido pelos Estados Unidos, o governo de Donald Trump ainda não respondeu à proposta comercial enviada pelo Brasil. A iniciativa brasileira, entregue há cerca de dez dias por uma delegação oficial, sugeria formas de estabelecer reciprocidade comercial entre os dois países. Até agora, no entanto, nenhuma resposta foi dada pela Casa Branca, segundo apurou o UOL.
A proposta brasileira veio após a decisão do governo Trump, em 2 de abril, de impor tarifas comerciais a dezenas de países. As alíquotas variam conforme o tratamento dado aos produtos americanos em cada mercado. Para o Brasil, a tarifa imposta foi de 10%, sob alegação de que o país impõe barreiras injustas a bens dos EUA. Setores como autopeças e aço foram especialmente afetados, com tarifas ainda maiores.
Apesar das sanções, Washington ofereceu aos países atingidos a chance de negociar reduções tarifárias — desde que abrissem mais espaço para produtos americanos em seus mercados. No caso do Brasil, uma das exigências dos EUA é a redução da tarifa de 18% sobre o etanol americano. O governo Lula indicou que poderia discutir o tema, desde que os EUA abrissem seu mercado ao açúcar brasileiro.
Outro ponto apresentado pelo Planalto é que, atualmente, os Estados Unidos têm superávit comercial com o Brasil, o que exige que qualquer negociação considere interesses dos exportadores brasileiros.
Os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e Mauro Vieira (Relações Exteriores) já trataram do tema com interlocutores do governo americano. Mas, até agora, nenhum avanço concreto foi registrado.
O prazo final para negociações é 9 de julho. Com a data se aproximando, cresce em Washington o ceticismo sobre a capacidade do governo Trump de fechar acordos com tantos países ao mesmo tempo. Até o momento, um dos únicos entendimentos firmados, ainda que de forma provisória, foi com o Reino Unido — que incluiu setores estratégicos para o Brasil, como etanol e aviação.
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