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Mais de 65% dos animais silvestres acolhidos por unidades especializadas no Distrito Federal no primeiro semestre de 2025 já retornaram à natureza. De janeiro a junho, o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), ligado ao Ibama, recebeu 3.806 animais, dos quais 2.493 foram reabilitados e devolvidos aos seus habitats naturais.
A atuação é resultado de uma parceria entre o Hospital da Fauna Silvestre (Hfaus), o Cetas, a Polícia Militar Ambiental (BPMA) e outras instituições. Os animais chegam por diferentes vias: resgates diretos, encaminhamentos da PMDF ou entregas voluntárias ao Cetas, que, em caso de necessidade clínica, direciona os casos ao Hfaus ou ao hospital veterinário da Universidade de Brasília (UnB).
“Há um fluxo bem definido entre os órgãos. Se um animal chega ao Cetas e precisa de cuidados específicos, ele é transferido para o Hfaus”, explica Thiago Marques de Lima, coordenador do hospital.
Estrutura de referência nacional
Somente nos primeiros seis meses de 2025, o Hfaus recebeu 787 animais silvestres — o dobro do número registrado entre fevereiro e junho de 2024. Com uma equipe composta por 26 profissionais (entre veterinários, biólogos, enfermeiros e tratadores), o hospital é reconhecido nacionalmente como o primeiro hospital público de fauna silvestre do Brasil.
“Temos muito orgulho desse trabalho. Em 2024, mais de 2 mil animais foram resgatados. A demanda é crescente”, destaca Thiago.
O processo de reabilitação inclui avaliação clínica, exames, tratamento emergencial, observação e, por fim, adaptação em viveiros monitorados. Quando a soltura não é viável, os animais são encaminhados a instituições como zoológicos ou centros de conservação.
Acolhimento e reintegração
O Cetas é a principal porta de entrada de animais silvestres no DF. Recebe desde apreensões de órgãos ambientais até entregas voluntárias feitas por particulares — uma alternativa que isenta o tutor de penalidades quando o animal é entregue espontaneamente.
“Às vezes, uma pessoa mantém um papagaio sem anilha em casa. Ao entregá-lo voluntariamente, evita sanções administrativas ou criminais”, explica Clara Costa, técnica ambiental do Ibama.
Além da triagem, o Cetas também realiza reabilitação comportamental, preparando os animais para a vida em liberdade. “Nosso foco é criar condições ideais para que eles enfrentem os desafios da natureza e cumpram seu papel ecológico”, afirma Júlio Montanha, chefe do centro.
Entre os casos mais marcantes, estão duas onças-pardas resgatadas ainda filhotes, que seguem em processo de readaptação e vivem hoje em recintos especiais até que estejam prontas para voltar ao seu habitat natural.
“A missão do Cetas é garantir que cada animal possa retornar à natureza em condições de sobrevivência, contribuindo para o equilíbrio ambiental”, finaliza Montanha.
Fonte: Agência Brasília
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