“Brasília parou no tempo”: Arruda critica gestão atual e projeta retorno político em 2026

Divulgação: EGNEWS


O ex-governador José Roberto Arruda voltou ao centro do debate político neste sábado (18/10), ao conceder uma entrevista contundente ao podcast EG News, apresentado pelos empresários Conrado Caiado e Higino França. Durante mais de uma hora, Arruda fez um balanço de sua trajetória, reconheceu erros do passado e lançou duras críticas à atual gestão do Distrito Federal.

“Brasília parou no tempo. Construí o metrô que existe hoje, e em 15 anos nada mais foi feito”, disparou.


Entre o passado e o futuro

No bate-papo, Arruda admitiu equívocos cometidos durante seu governo (2007–2009), incluindo a confiança em pessoas erradas e o episódio da doação de R$ 20 mil que originou a Operação Caixa de Pandora.

“Eu errei, fui besta. Paguei um preço alto, mas agora estou elegível graças à mudança na Lei da Ficha Limpa”, afirmou.

A entrevista, marcada por momentos de autocrítica e emoção, revelou também a estratégia política de reaproximação com o eleitorado. Arruda busca reforçar a imagem de gestor eficiente, contrastando suas realizações — como as 2.300 obras entregues em seu mandato — com o que considera o atual “imobilismo administrativo” do DF.


Saúde: “Virou caso de polícia”

A crítica mais contundente foi à saúde pública. O ex-governador comparou o cenário atual ao de sua gestão, quando inaugurou o Hospital Regional de Santa Maria, com 400 leitos, e firmou convênios para atender o Entorno.

“Hoje, o cidadão vai ao posto, ganha uma pulseirinha colorida e nada acontece. Falta médico, remédio, anestesista e gestão. Isso é má administração, politizada”, afirmou.

Arruda ironizou a nomeação de um delegado para o comando do IGESDF, dizendo que “a saúde virou caso de polícia”. Para ele, o caos no setor é um reflexo direto de escolhas políticas equivocadas.


Segurança: “O crime tomou conta”

O tom ficou mais pessoal ao relatar o assassinato de um adolescente de 16 anos, esfaqueado na Asa Sul.

“Podia ser minha filha”, disse, emocionado. “Hoje levo minhas filhas à academia com medo.”

Ele criticou o desmonte dos 300 postos policiais criados em sua gestão e o fim das patrulhas montadas Cosme e Damião. Segundo ele, interferências políticas têm enfraquecido a Polícia Militar:

“No meu tempo acabamos com isso; agora, o crime organizado avança.”

Como solução, propôs a ativação de policiais da reserva para o policiamento comunitário e o fortalecimento das bases descentralizadas.


Educação e mobilidade em declínio

A educação também foi alvo de críticas. Arruda lembrou que, em sua gestão, o DF chegou a ter 200 escolas em tempo integral, número que hoje caiu para 37.

“As crianças chegavam às 7h, tomavam café, almoçavam e ficavam até as 17h com esportes e inglês. Hoje, o ensino desmotivou, e há mais temporários que concursados.”

Na mobilidade, o ex-governador voltou ao tema que marcou seu governo: o metrô.

“Construí tudo o que existe hoje. Em 15 anos, não houve expansão. E ainda gastam R$ 3 bilhões por ano em subsídios para empresas de ônibus — um sistema ineficiente, uma nova caixa de Pandora.”

Arruda defendeu a expansão do metrô até o Gama, Santa Maria e o Entorno, e criticou as grandes obras viárias atuais:

“Viaduto hoje é a menor distância entre dois engarrafamentos.”


Rumo a 2026

Arruda tem se reposicionado politicamente desde que deixou o PL, em 7 de outubro. Ele negocia filiação ao PSD, partido de Gilberto Kassab e Paulo Octávio, com quem mantém boa relação.

Pesquisas recentes, como a Data Brasil (8–12 de outubro), mostram o ex-governador com 26,5% das intenções de voto, atrás apenas de Celina Leão (32,2%).

Mesmo com contestação do MPDFT sobre sua elegibilidade, a Lei Complementar 219/2025 e a tendência do STF indicam que Arruda poderá concorrer. Ele afirma querer construir uma frente ampla, com nomes como Damares Alves e Izalci Lucas, para disputar com força a sucessão do atual governo.


“O DF precisa voltar a andar”

Em tom de encerramento, Arruda fez um apelo aos eleitores brasilienses:

“O DF precisa de gestão, não de conchavos. Hoje, temos um projeto de poder, não um projeto de futuro.”

Para o ex-governador, as comparações não são apenas críticas, mas um convite à reflexão:

“Fiz, entreguei e errei. Mas Brasília não pode continuar parada. Está na hora de andar de novo.”

 

Fonte: EGNEWS 

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