Distrito Federal tem uma das polícias menos letais do Brasil, aponta anuário

 

O Distrito Federal se consolidou como uma das unidades da federação com menor letalidade policial do país, de acordo com o Primeiro Anuário de Segurança Pública do DF, divulgado na última quarta-feira (18) pelo Governo do Distrito Federal (GDF). Em 2024, o número de mortes por intervenção policial caiu 46% em relação a 2023, totalizando 15 casos registrados no ano.

O dado é reflexo direto da política de segurança adotada no DF, que prioriza inteligência, capacitação profissional e respeito aos direitos humanos, segundo o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar. “Estamos mostrando que é possível preservar vidas e combater o crime com profissionalismo. Essa baixa letalidade, somada aos menores índices de homicídio das últimas décadas, comprova a eficiência de um modelo orientado por evidências e focado em resultados”, afirmou.

Entre os principais fatores que contribuíram para essa redução estão a formação contínua dos agentes, o uso de tecnologias de monitoramento em tempo real, a padronização de protocolos operacionais e o planejamento detalhado de ações, especialmente durante grandes eventos. Esses processos são coordenados pela Subsecretaria de Operações Integradas (SOPI), que elabora desde estratégias operacionais até orientações específicas para cada tipo de operação.

O subsecretário Carlos Eduardo Melo de Souza destaca que o alinhamento prévio entre forças de segurança e organizadores de eventos é essencial. “Carnaval, aniversário de Brasília e outras grandes datas são planejadas com antecedência. Isso permite ações táticas sob medida e ajustes em tempo real, de acordo com o risco”, explicou.

A comunicação estratégica com o público e os próprios servidores também tem papel fundamental. Antes das ações, são definidas mensagens de orientação que explicam as regras, condutas esperadas e itens proibidos, facilitando a cooperação da população e a atuação dos agentes no terreno.

A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), por sua vez, segue o Procedimento Operacional Padrão (POP), que prioriza o uso escalonado e proporcional da força, sempre em conformidade com os direitos humanos. A comandante da PMDF, coronel Ana Paula Barros Habka, ressalta que o investimento no preparo técnico e emocional dos policiais é contínuo. “A decisão de um policial em campo deve ser rápida e precisa. Por isso, além do treinamento, oferecemos apoio psicológico, capelania, psiquiatras e parcerias com o Sesc e a Secretaria de Saúde”, disse.

A corporação também utiliza equipamentos não letais, como gás de pimenta e armas de eletrochoque, e promove ações comunitárias por meio de programas como Proerd, Provid, Guardião Escolar e Guardião Rural, além de redes de vizinhos protegidos e comércio seguro.

A comandante destacou ainda os resultados concretos da nova abordagem: “Já enfrentamos carnavais com até 19 ocorrências de esfaqueamentos em um único dia. Hoje, com planejamento e inteligência, conseguimos garantir eventos sem esse tipo de violência. A fama da nossa polícia humanizada não é só discurso: é uma realidade vivida por quem mora ou passa pelo DF”, concluiu.

Fonte: Agência Brasília

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