Em 7 anos, leitos de UTI no DF aumentam 73% e ampliam atendimento a pacientes graves

Foto: Matheus H. Souza/Agência Brasília

“Se não tivesse sido atendido tão rápido, ele não teria sobrevivido.” O relato emocionado é de Adriana Rodrigues, 37 anos, mãe de Desmond Samuel, de 9 anos. O menino passou dois meses internado no Hospital de Base após enfrentar uma sequência de infecções respiratórias graves. Casos como o dele exemplificam o impacto do aumento de 73% nos leitos de UTI disponíveis no Distrito Federal: de 386, em 2019, para 668 em agosto de 2025.

A ampliação resulta de investimentos do Governo do Distrito Federal (GDF) que combinaram expansão das unidades próprias e credenciamento de vagas na rede privada. Atualmente, 233 leitos de UTI de hospitais particulares estão disponíveis para a população, além dos 433 da rede pública. A expectativa é de que esse número cresça ainda mais: um novo edital lançado pela Secretaria de Saúde prevê a contratação de até 113 vagas adicionais, entre adultos, pediátricas e neonatais, o que poderá elevar a expansão total a 102%. O objetivo é zerar a fila de espera por atendimento intensivo.

Para o governador Ibaneis Rocha, a iniciativa integra um conjunto de ações voltadas a fortalecer a saúde pública. “Esse é um desafio de todas as unidades da Federação, mas aqui temos avançado com reformas, ampliações e novas construções. A parceria com hospitais privados foi uma decisão acertada, que nos permite ampliar a oferta de UTIs, acelerar cirurgias eletivas e garantir tratamento a pacientes oncológicos”, afirmou.

O secretário de Saúde, Juracy Lacerda, reforça a importância da estratégia. “Expandir o acesso a leitos de terapia intensiva é fundamental diante da crescente demanda. Estamos ampliando a rede pública e, ao mesmo tempo, utilizando a rede suplementar como aliada.”

Segundo Priscila Domingues, gerente de Serviços de Terapia Intensiva da SES, o credenciamento oferece agilidade e eficiência. “Nossas unidades já operam no limite. A expansão por meio de construções é essencial, mas o credenciamento foi a solução imediata para atender a população. Além disso, o pagamento é feito apenas pelos dias utilizados, o que garante racionalidade ao gasto público.”

Histórias de superação

A vida de Desmond Samuel não é a única salva pela rapidez do atendimento. O monitor Sérgio Willian Vieira, 32 anos, também enfrentou uma batalha intensa após ser diagnosticado com meningite. Ele precisou ser intubado no Hospital de Samambaia e, em seguida, transferido para o Hospital de Base, onde já havia um leito disponível.

“Passei dez meses entre a UTI e o coma. O que me sustentou foi o cuidado humano. Os médicos falavam com amor, davam esperança mesmo sem prometer resultados. Isso me fortalecia”, relembra Sérgio. Sua mãe, Regiane Vieira, também destaca a diferença do atendimento: “Antes recorríamos sempre a hospitais particulares, mas o SUS nos acolheu de forma extraordinária. No Base, sentimos segurança e dedicação.”

Adriana, mãe de Desmond, faz coro aos elogios. “Ele chegou a ter uma parada cardiorrespiratória, mas foi assistido por uma equipe excepcional. O trabalho da psicologia, que apoia toda a família, foi fundamental. Esse cuidado integral nos manteve firmes.”

Expansão com resultados

O aumento expressivo no número de leitos de UTI no DF mostra como a combinação de investimentos em infraestrutura e parcerias estratégicas pode transformar o atendimento a quem mais precisa. Histórias como as de Desmond e Sérgio reforçam que, por trás dos números, estão vidas salvas e famílias acolhidas.

Fonte: Agência Brasília

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