Moraes cita mensagens entre Ramagem e Bolsonaro: ‘Não eram de criminosos comuns, mas de autoridades’

Antônio Augusto/Secom/TSE

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), destacou nesta terça-feira (9) a proximidade entre o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem e o ex-presidente Jair Bolsonaro em ações contra o sistema eletrônico de votação. Durante o julgamento da Ação Penal 2668, Moraes citou mensagens apreendidas pela Polícia Federal que mencionavam um suposto êxito em atacar a inicialização das urnas eletrônicas.

Segundo o ministro, a defesa de Ramagem tentou minimizar o conteúdo ao dizer que se tratava de um “diário privado”. Moraes contestou: “Não era uma anotação pessoal, foi uma mensagem de WhatsApp enviada ao presidente da República. Não se tratava de um delinquente do PCC para outro, mas do diretor da Abin para o presidente”.

O magistrado ressaltou a “convergência total” entre os documentos de Ramagem, as anotações do general Augusto Heleno e a live de Bolsonaro em julho de 2021, que acusava fraude nas urnas. Para ele, os registros revelam alinhamento entre militares e membros do governo na tentativa de desacreditar o sistema eleitoral.

Moraes lembrou que a própria ministra Cármen Lúcia já havia apontado como o discurso confundia, de forma deliberada, “voto auditável” com “voto impresso”, criando um ambiente de ameaça ao Judiciário.

O ministro ainda destacou documentos que sugeriam medidas para driblar ordens do STF, inclusive com a possibilidade de prender autoridades policiais que buscassem cumpri-las. Também citou a menção inédita ao então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, sem referência aos chefes do Exército e da Aeronáutica.

Para Moraes, o material comprova o uso de órgãos de Estado, como a Abin e o GSI, em um esforço “para corromper a democracia e a República”.

Fonte: Jovem Pan

0 Comentários

gmps-df
SICREDI